Dia cinza
Não é desejo de ninguém crer em seus sentimentos. Quando se tem 15 anos é tolice, quando se tem 18 é fraqueza e quando se tem 25 não passa da mais absurda frieza. Foi assim que descobri que a falta de gosto por emoções não era um defeito meu, e sim algo o qual todos se submetiam. Eu queria poder acreditar que sinto falta de toda a empatia de um passado ja escondido, mas a verdade é que a cautela me consome e descobrir minhas emoções é algo que não cobiço.
A esperança, a raiva, o amor, a paixão, a inveja , o desejo, a alegria.. todos estes lutam por um espaço dentro de mim, quando na verdade eu não quero ao menos ouvi-los. Quero ignorá-los como se faz com um criança teimosa, quero esquece-los como se faz quando não se é amado. Quero finjir que posso fazer escolhas certas sem a hipotese de errar , quero me sentir grande e invulnerável. Quero pensar que o mundo é meu, mesmo quando sou tão pequena perante a imensidão de um dia cinza.
Deparo-me com a vida; como pode ser tão curta ? Curta demais para refletir, curta demais para se desperdiçar com estupidez. Eu espero tanto e tenho tão pouco quando comparado ao que o mundo tem a nos oferecer. Ao mesmo tempo tenho tanto quando penso em quão miseráveis são aqueles que não buscam a intensidade de um sonho bom. Penso em quão céticos somos ao nos recusar em sermos movidos por emoções , a vida esta a nos esperar como uma garota que cria mundos e mundos sob um telhado velho de uma casa florida. Junte-se a todas essas expectativas, ao menos desta vez acredite que oque pulsa esse seu sangue mesquinho é capaz de fazer muito além de simplesmente o manter vivo.
Autora: Gabriela Resende